De iniciativa do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) da AL, em parceria com o Instituto Oca, a Open Society Foundations (OSF) e a Universidade Estadual do Ceará (Uece), o projeto teve início na segunda-feira (15/07) e segue até o dia 26 deste mês.
Segundo o presidente da AL, deputado José Sarto, o objetivo do curso é facilitar, preparar, diagnosticar e evoluir no trabalho que tem sido desenvolvido pelo CCPHA. Serão capacitados 1000 pessoas, sendo 700 ligadas à área de saúde e 300 ligadas à área de assistência. “Os servidores que estão na ponta da prestação de serviço público nessas áreas de risco vão ver a abordagem que tem sido feita e toda uma logística que o Comitê tem implantado e que foi alvo de reconhecimento por instituições internacionais”, destacou.
Conforme o deputado Renato Roseno (Psol), relator do Comitê, o colegiado fez um levantamento em 2018, em associação com o Instituto Oca, para avaliar como os servidores percebiam o papel deles na prevenção aos homicídios, sobretudo na segunda década de vida.
“São quatro módulos que abrangem desde políticas públicas para a segunda década de vida, atenção às vítimas de violência, as causas da violência e como tanto a rede de saúde como a rede de assistência podem atuar na prevenção primária, secundária e, sobretudo, na prevenção terciária, atendendo vítimas de violência”, explicou Roseno acerca do curso.
O secretário municipal de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Elpídio Nogueira, demonstrou otimismo em relação à redução dos números de homicídios em Fortaleza, ressaltando que o curso deve contribuir para diminuir ainda mais esses índices. “Eu acho que é um momento importante, e a gente percebe, pelo interesse dos servidores, que a gente vai obter grandes resultados em um curto espaço de tempo”, avaliou.
Já a secretária adjunta da Secretaria Municipal da Saúde, Ana Estela Fernandes, salientou a necessidade de capacitação e, principalmente, sensibilização desses profissionais no enfrentamento à violência. “Além de tudo, um curso desses vem sensibilizar os profissionais para essa problemática. Mais importante ainda que eles estejam sensibilizados, além de capacitados, para essa abordagem nos territórios juntos aos adolescentes e junto às famílias vítimas dessa violência”, pontuou.
Gabriela Diógenes, psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da Regional 2, observou que a violência desencadeia e piora o quadro de pacientes que sofrem de transtornos mentais. “O curso vem trazer para a gente uma perspectiva de compreender melhor todo o fenômeno da violência e de que forma a gente pode atuar para tentar amenizar ou diminuir os impactos junto aos nossos pacientes”, afirmou.
SOBRE O CURSO
Idealizado em parceria com o Instituto Oca, a Open Society Foundations (OSF) e a Universidade Estadual do Ceará (Uece), o curso “Cuidando em rede: saberes e práticas na atenção às famílias vítimas de homicídio” visa sensibilizar 1.000 profissionais atuantes na política de Assistência Social e de Saúde para fortalecer a rede de atenção e proteção intersetorial a famílias de Fortaleza.
Segundo Thiago de Holanda, coordenador técnico do CCPHA, a equipe enxergou na política de assistência social e de saúde dois campos importantes para estarem implicados nessa ação. “A ideia era convocar as duas áreas para pensar em ações de prevenção”, afirmou.
Além das aulas teóricas e práticas com pessoas de referência acadêmica e colaboradores do Instituto Oca e do Comitê, os participantes recebem um Guia de Orientação com o protocolo de atenção às famílias de adolescentes vítimas de homicídios, sistematizado a partir do mapeamento realizado entre 2018 e 2019.
BD/CG