A iniciativa foi proposta pelos deputados Danniel Oliveira (MDB), Moisés Braz (PT) e Romeu Aldigueri (PDT), tendo sido subscrita pelos deputados Walter Cavalcante (MDB), Nizo Costa (Patri), Jeová Mota (PDT) e Augusta Brito (PCdoB).
O deputado Danniel Oliveira explicou que a ideia é tentar montar uma agenda unindo representantes dos estados nordestinos para mostrar que o Nordeste não aceita a fusão do BNB com o BNDES nem sua privatização. “Devemos realizar uma grande articulação para que nossa posição chegue ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia”, pontuou.
O parlamentar disse que o BNB gera muito lucro para a nação. “Ano passado foram R$ 775 milhões de lucro para o Brasil, gerados por meio dos programas do BNB, que, além de ser o grande indutor do Nordeste brasileiro, é o banco que possui a melhor política de fomento ao desenvolvimento da América Latina”, disse.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT), enfatizou a importância da articulação nacional em prol da manutenção do BNB e anunciou que será agendada uma reunião no Senado Federal com o ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), para entregar um documento com o posicionamento dos presidentes de assembleias em defesa do banco.
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, também ressaltou o papel do BNB para o desenvolvimento da região Nordeste. Conforme observou, “o BNB atua em uma região cheia de nuances geográficas, território árido, dificuldades produtivas, além de grande deficiência em infraestrutura e desenvolvimento”. Por esses motivos, “o BNB deve existir”, acentuou.
O gestor de Fortaleza lembrou também a política de crédito diferenciado para indústria e de microcrédito para o produtor rural. “Estamos falando de uma instituição que fomenta o pensamento estratégico do Nordeste”, salientou.
Roberto Cláudio informou que irá levar essa discussão para a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e propor o engajamento dos gestores na defesa do BNB.
Luís Alberto Esteves, economista e chefe do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), apontou que o órgão é chamado de “ineficiente” porque trabalha com uma taxa de juro menor para o pequeno agricultor nordestino, que tem o risco maior, e com uma taxa maior para o empresário, que quem tem risco menor.
Para ele, quando se fala em fusão com o BNDES, é necessário levar em conta que o BNDES trabalha com grandes operações estruturadas e é muito competente para fazer o que ele faz. “Mas quem é competente para fazer o que a gente faz, que é acompanhar cinco milhões de pequenas operações, é o Banco do Nordeste”, defendeu.
A presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, Rita Josina Feitosa, avaliou a defesa do BNB como positiva para os funcionários, para o banco e para o Nordeste. “Estamos vivendo um governo que ainda não explicitou suas intenções e políticas para a região Nordeste, então esse é um prejuízo que não podemos permitir”, enfatizou.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra Marques, destacou a importância da formação dessa frente mista em defesa do Banco do Nordeste. De acordo com ele, “quem mais paga dívida no Brasil é o trabalhador, a classe operária e o agricultor, público-alvo do banco”. Carlos Eduardo também informou que, enquanto os cinco maiores bancos privados do país lucraram juntos R$ 70 bilhões, o Banco do Nordeste investiu R$ 43 bilhões na região Nordeste.
“Por isso é importante que essa luta pelo fortalecimento do BNB seja uma luta suprapartidária, porque não é uma luta nem da esquerda nem da direita, mas em defesa do Nordeste”, concluiu.
Participaram da mesa do encontro os presidentes das assembleias legislativas dos estados do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB); da Paraíba, deputado Adriano Galdino (PSB); do Piauí, Themístocles Filho (MDB); de Sergipe, Luciano Bispo (MDB), e, representando a AL da Bahia, o deputado Eduardo Salles (PP).
Além desses, participaram da mesa os deputados federais Eduardo Bismarck (PDT-CE), Mauro Filho (PDT-CE), Heitor Freire (PSL-CE), Dr. Jaziel (PR-CE), Capitão Wagner (Pros-CE), André Figueiredo (PDT-CE), José Airton (PT-CE) e Júnior Mano (Patri-CE), bem como os deputados estaduais Romeu Aldigueri (PDT), Moisés Braz (PT), Augusta Brito (PCdoB), Nelinho (PSDB) e Sérgio Aguiar (PDT).