Nos últimos anos, o Governo do Estado do Ceará tem viabilizado infraestrutura e investimentos com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico do setor de Tecnologia da Informação (TIC). No final de 2018, o governador Camilo Santana sancionou a Lei nº 16.727, que criou o Programa hub de Tecnologia da Informação e Comunicação (HTIC), com o intuito de otimizar os recursos de custeio e investimentos em TIC.
O Estado também está em processo de migração de todas as suas operações para o ambiente de nuvem, possibilitando uma maior economia nos gastos operacionais e maior agilidade nos processos. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Ceará é um dos três estados brasileiros com melhor conexão banda larga, velocidade e quantidade de fibra ótica instalada. A velocidade média do Estado contratada (Mbps) é a terceira maior do Brasil (27,23Mbps), perdendo apenas para São Paulo (30,39Mbps) e Distrito Federal (27,61Mbps). Além disso, 85,9% dos municípios cearenses possuem cobertura de fibra ótica.
A inauguração do Data Center da multinacional de telecomunicações Angola Cables em abril deste ano foi um outro importante passo dado pelo Ceará rumo ao protagonismo no setor de TIC. A empresa angolana investiu cerca de US$ 300 milhões na construção de um Data Center, na Praia do Futuro, e na instalação dos cabos submarinos Sacs e Monet, que ligam via fibra óptica duas regiões com grande potencial econômico – Américas e África, gerando uma rota alternativa de conectividade com os Estados Unidos e o continente asiático.
“A Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), além de dispor de uma câmara setorial que discute assuntos relacionados ao setor de TIC, tem buscado colaborar com a ambiência para criação de novos negócios na área. Nós temos uma Câmara Setorial onde são discutidas todas as questões ligadas ao setor e a nossa expectativa é que, com a infraestrutura que está sendo disponibilizada pelo Estado, nós possamos atrair novas empresas do setor para cá. O nosso desafio atual é o fomento as startups e qualificação do conhecimento para que possamos não somente atrair novas empresas, como ofertar mão de obra qualificada para suprir este mercado”, explica o presidente da Adece, Eduardo Neves.
A expectativa é que a vinda da Angola Cables gere para Fortaleza, em 2055, um aumento de R$ 1,2 bi no PIB e um PIB acumulado de R$ 22,3 bi no fim do período. O Data Center também prevê a criação de 637 empregos ao longo do período, sendo os empregos diretos de maior qualificação técnica. Além disso, o empreendimento também servirá de fator facilitador para a atração de novos investimentos e negócios para o Estado.
“A nossa sociedade demanda muitas telecomunicações, seja nos relacionamentos entre pessoas ou para transações de negócios entre organizações empresariais. Daí, poder contar com uma infraestrutura de cabos submarinos de fibras ópticas é potencialmente um grande diferencial competitivo para o Estado”, afirma o presidente da Câmara Setorial de TIC da Adece, Maurício Brito.
Tendências para o futuro
De acordo com a plataforma de planejamento estratégico Ceará 2050, o setor de TIC foi identificado como uma das megatendências que afetarão os serviços no Ceará nos próximos anos. Esta é uma área que está associada à criação de oportunidades em vários setores econômicos dinâmicos ou de suporte às empresas e que pode potencializar significativos ganhos de produtividade para o mercado cearense.
Na perspectiva de se elevar os níveis de competitividade e de integração da economia local, a área de TIC requer um forte investimento na qualificação da força de trabalho e em capital humano. De acordo com o levantamento feito pelas Rotas Estratégicas Setoriais da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), atualmente, a remuneração média do setor no estado é de R$ 3.092, com uma média de 13,5 anos de estudo.
Em se tratando de abertura de cursos ligados ao setor, o Ceará possui 596 turmas, que somam um total de 20.142 alunos matriculados. Informática (9.966), Rede de Computadores (4.504) e Eletrotécnica (2.238) são os cursos que reúnem a maior quantidade de alunos matriculados.
A participação do setor no Produto Interno Bruto Cearense (PIB) foi de 2,06% em 2018, mas neste ano de 2019 já supera a marca de 2,04. Atualmente, o setor gera mais de 14 mil empregos diretos na economia local, o que representa um aumento de 23,22% nos últimos cinco anos.