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Dia mundial alerta para os riscos dos transtornos alimentares; entenda as doenças

por Tribuna Regional
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Dia mundial alerta para os riscos dos transtornos alimentares; entenda as doenças
Transtornos alimentares ocorrem principalmente em adolescentes(Foto: DIVULGAÇÃO)

O dia 2 de junho é reconhecido como o Dia Mundial da Conscientização sobre os Transtornos Alimentares. O objetivo da data é promover ações mundiais para conscientizar, informar e sensibilizar a população sobre os problemas relacionados aos distúrbios alimentares. A data foi oficializada pela Academia de Desordens Alimentares (Academy for Eating Disorders – AED), instituição internacional que estuda o tema.

O transtorno alimentar foi incluído no Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM) em 1994 , assim como doenças como bulimia e anorexia. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) atinge cerca de 2,6% da população mundial. Enquanto no Brasil, 4,7% da população têm algum tipo de transtorno, como anorexia, bulimia, e compulsão, sendo mais comum entre os jovens entre 14 e 18 anos.

O psiquiatra Mario Louzã explica que o tratamento ocorre a partir de medicamentos associados a terapia comportamental ou psicodinâmica, sendo necessário também o acompanhamento de um nutricionista. Ele explica que um estudo da Universidade de Munique, na Alemanha, mostra que a melhoria ocorre consideravelmente em cerca de 4, 5 ou 6 anos ao término do tratamento.

“Existe uma grande discussão acerca desses comportamentos alimentares que ficam distorcidos, principalmente entre as adolescentes. Isso tem um fator cultural, por vivermos em uma sociedade que idealiza bastante a magreza”, explica Louzã.

André Guanabara, médico e especialista em Nutrologia e Medicina Preventiva, diz que o transtorno alimentar que está aumentando cada vez mais é a compulsão alimentar. E isso influencia na quantidade de pessoas obesas. “Isso está sendo potencializado principalmente devido a uma alimentação errada. Com carboidratos e açúcares refinados.”

Depoimento

Uma advogada, de 50 anos, que pediu para não ser identificada, sofreu com anorexia e bulimia. Os transtornos alimentares graves começaram aos 11 anos e se agravaram aos 15, quando os seus pais estavam se separando. “Aos 11 anos, quando estava na pré-adolescência, eu comecei a engordar. Comia compulsivamente até passar mal, descontando na comida toda a ansiedade que tinha tanto por estar passando pela separação dos meus pais como pelas inseguranças da adolescência”, comenta.

Ela teve anorexia, quando passava dias sem comer, e, depois, bulimia, quando alternava dias comendo até passar mal e dias que não se alimentava. “Provocava o vômito quando achava que tinha engordado. Às vezes não tinha engordado uma grama sequer, mas a ideia fixa de que tinha engordado, já me fazia querer vomitar”, explica a advogada. O problema só melhorou ao fazer terapia e acompanhamento nutricional. “Só quem sofre desses distúrbios sabe o quanto é difícil de lidar. Não é uma fome física, é uma fome psicológica.”

Tipos de Transtornos Alimentares

Anorexia Nervosa

A pessoa para de se alimentar, restringe a própria alimentação, gerando uma grande perda de peso, associado a alterações de imagem corporal. A pessoa se olha no espelho e acha que tem um peso diferente do que tem. A maioria são mulheres e, no caso delas, é possível ter desregulações de ciclos menstruais, perdas de vitaminas, queda de cabelo, alterações na pele. A pessoa doente muitas vezes não tem consciência da própria situação e entra em risco de vida. Quando ocorre uma perda de peso intensa, pode ser necessária internação hospitalar.

Bulimia Nervosa

Episódios recorrentes de compulsão alimentar, comer uma quantidade de comida maior do que o que tolera comer, gerando sentimento de culpa, seguido de vômito provocado, como tentativa de compensar o que foi ingerido.

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

Mesmas características da bulimia nervosa, com exceção da tentativa de provocar vômito. Geralmente, há um grande ganho de peso.

Fonte: psiquiatra Mario Louzã

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