Em outubro de 1997, o Diário do Nordeste noticiou o abandono do túmulo de Bárbara de Alencar, em Campos Sales
A pernambucana Bárbara de Alencar é considerada a primeira mulher presa política do País. Ela participou ativamente da Confederação do Equador e da Revolução Pernambucana, movimento de emancipação que lutava pela separação do Brasil de Portugal. Em 1817, durante os setes dias que perduraram a insurreição no Ceará, foi presa juntamente com outros revolucionários na cidade do Crato, na região do Cariri. O grupo foi acorrentado e levado, a pé, para Fortaleza.
A saga para caminhar mais de 600 quilômetros durou mais de um mês.
Em 1820, após já ter sido torturada diversas vezes, Bárbara conseguiu o perdão real, mas os anos de cárcere não arrefeceram seu vigor revolucionário. Quatro anos mais tarde, participou, com os filhos, da Confederação do Equador, liderada, a partir do Recife, por Frei Caneca. Os pernambucanos não aceitaram a Constituição outorgada por Dom Pedro I e irradiaram uma revolta onde hoje estão as regiões Norte e Nordeste.
Os feitos de Bárbara de Alencar ganham ainda mais notoriedade e relevância devido à figura da mulher à época, restrita a cuidar da família e do lar. Além de revolucionária, a guerreira teve forte influência política e também trabalhou como comerciante.
A heroína, também avó do escritor José de Alencar, morreu aos 72 anos de idade, em refúgio no Piauí, em 1832. O corpo de Bárbara de Alencar foi enterrado no município cearense de Campos Sales, atendendo a um pedido da própria.