Foi a partir das investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), que um dos fundadores de uma organização criminosa, autora de ações criminosas no Ceará, foi identificado e preso, durante a operação “Torre”, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão no Ceará e em Pernambuco. A ofensiva foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), em conjunto, com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). As informações foram repassadas em coletiva de imprensa, na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Fortaleza, nesta quinta-feira (26).
O secretário da SSPDS, André Costa; o delegado da Polícia Federal e chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará, Samuel Elânio de Oliveira Júnior; o promotor de Justiça, Rinaldo Janja; e o chefe regional da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (DRCOR) da Polícia Federal (PF) no Ceará, Paulo Henrique Oliveira Rocha, participaram da coletiva.
No total, foram expedidos 15 mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão. Uma das medidas judiciais foi cumprida, nessa quarta-feira (25), contra o chefe da organização criminosa, em uma unidade prisional do Estado de Pernambuco. Com Ednal Braz da Silva (46), conhecido como “Siciliano”, foi encontrado um aparelho celular. “Siciliano” é natural de Umbuzeiro, na Paraíba, e integra uma lista com outros nove homens com funções de chefia de uma organização criminosa. Os outros nove suspeitos foram presos pela Draco da Polícia Civil do Estado do Ceará, em ações distintas, desde o final do ano de 2018. Todos formavam a cúpula da organização criminosa com atuação no Estado.
Os mandados da operação Torre foram deferidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Justiça do Estado do Ceará, com o objetivo de prender os responsáveis pela ordem de execução de um crime contra uma torre de transmissão de energia elétrica, ocorrida dia 1° de abril de 2019, na Região Metropolitana de Fortaleza. Os alvos da operação também são investigados por incêndios criminosos a veículos e estabelecimentos desde o último sábado (21). Os investigados responderão, conforme suas condutas, pelos crimes de dano, incêndio, participação em organização criminosa e outros que forem verificados nas investigações.
Cronologia de prisões
Antes de identificar “Siciliano” como integrante da cúpula da organização criminosa, a Draco prendeu nove chefes em ações no Ceará, Pernambuco e no Rio Grande do Norte.
1. O primeiro a ser preso pela Draco foi Marcos da Silva Pereira (38), o “Marquim Chinês”, no dia 19 de setembro de 2018. Ele foi localizado pelos policiais civis especializados na cidade de Caucaia – Área Integrada de Segurança 11 (AIS 11). Com “Marquim Chinês”, que possui antecedentes criminais por homicídios, tráfico de drogas e associação para o tráfico, a Draco apreendeu R$ 19 mil em espécie. À época, o homem confirmou que possuía o status de fundador na organização criminosa.
2. Em continuidade às investigações, Marcos André Silva Ferreira (24), conhecido por “Branquinho”, foi preso no dia 10 de outubro de 2018. Ele residia em um prédio de luxo, no bairro Meireles (AIS 1) de Fortaleza. “Branquinho” já respondia por homicídios, receptação, roubo e porte ilegal de arma fogo.
3. A terceira captura foi de Yago Steferson Alves dos Santos (26), o “Yago Gordão”, no dia 18 de dezembro de 2018. Com três mandados de prisão em aberto, ele foi localizado pela Draco em Natal, no Rio Grande do Norte, onde ostentava uma vida de lixo em flat na Praia de Ponte Negra. “Yago Gordão” era apontado nas apurações da Polícia Civil como um criminoso com atuação direta no tráfico de drogas e com papel de chefia dentro da organização criminosa.
4. Também em outro Estado nordestino, dessa vez em Pernambuco, os policiais civis da Draco chegaram a mais dois integrantes do alto escalão do grupo. Francisco de Assis Fernandes da Silva (43) e Francisco Tiago Alves do Nascimento (33), “Barrinha” e “Tiago Magão”, respectivamente como são conhecidos os presos, foram apontados nos relatórios de inteligência da Polícia Civil cearense como mandantes das ações criminosas do grupo. Os dois investigados viviam em imóveis de alto padrão, localizados em Boa Viagem, Recife, onde ostentavam uma vida de luxo, com o dinheiro que era arrecadado pelos outros membros do grupo criminoso em atividades ilícitas. As capturas ocorreram nos dias 11 e 13 de abril.
5. Antonio Iago da Silva (26), o “Magnata”; Carlos Sérgio Galdino Facó (35), o “Morada”; e Dhelk Vieira Silvestre (29) foram capturados, no dia 10 de maio de 2019, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por equipes da delegacia especializada. Todos estavam residindo em imóveis alugados, no bairro Nova Betânia. Durante a ação que resultou na prisão do trio, os policiais civis apreenderam duas armas de fogo, 42 munições, três carregadores de pistola, dois veículos – incluindo um com queixa de roubo e placas clonadas – e R$ 210,00 em notas de 10 reais, manchadas com tinta de dispositivo antifurto.
6. Suelito Borges de Sousa (37), vulgo “Sb” ou “Rei da Colômbia”, que já responde por lesão corporal dolosa e tráfico de drogas, foi capturado no dia 19 de setembro último, por policiais civis da Draco, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco. Na residência, onde ele estava morando, já em Olinda, a Polícia Civil encontrou um veículo blindado. As investigações apontam que Suelito exerce a função de conselheiro final da organização criminosa.