O Museu da Língua Portuguesa já tem data para reabrir as portas ao público: 27 de junho de 2020. O anúncio da conclusão da restauração e da reabertura foi feito pelo governador de São Paulo, João Doria, e secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, durante visita ao local nesta segunda (16).
Se ocorrer na data prometida, a reabertura se dará com quase um ano de atraso. Em julho de 2018, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo havia previsto para o segundo semestre deste ano. A restauração incluiu serviços de recuperação de fachadas e esquadrias, e reconstrução da cobertura e espaços internos. Também foram realizadas ações de conservação da cobertura da ala oeste, que não foi atingida pelo incêndio.
O restauro trouxe melhorias de infraestrutura e segurança contra incêndios, como a instalação de chuveiros automáticos. O museu também terá certificação ambiental e atenderá de forma mais ampla a acessibilidade.
Há diretrizes de sustentabilidade, como a adoção de técnicas para economia de energia na operação do museu; a gestão de resíduos durante as obras; e a utilização de madeira que atende às exigências de sustentabilidade (certificada e de demolição). Para a construção da nova cobertura, foram empregadas 89 toneladas (67 m³) de madeira certificada proveniente da Amazônia.
A área ocupada pelo Museu foi expandida, com novos espaços, como um café no terraço com vista para o Parque da Luz e integração dos pátios laterais, que darão acesso aos saguões e o local em que é possível observar a Estação da Luz.
Localizado no antigo prédio da Estação da Luz, em 2015, o museu foi destruído por um incêndio, que culminou com a morte de um bombeiro. Em quase 10 anos de funcionamento, o museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes.
Antes da reinauguração o governo estadual deverá providenciar a instalação da museografia e a seleção da organização social responsável pela gestão. O edital de contratação já foi lançado e a data final para recebimento das propostas é 29 de janeiro.
“Nós teremos aqui um Centro de Referência e Estudos da língua portuguesa. Então teremos não apenas uma área voltada ao público em geral, mas também um espaço para pesquisadores, estudiosos e outro para debates e seminários sobre a língua portuguesa e a diversidade cultural como temas principais”, disse o secretário.
A reconstrução foi aprovada e acompanhada de perto, em todas as etapas, pelos três órgãos do patrimônio histórico: Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).
“O Museu da Língua Portuguesa, agora reconstruído, retoma sua vocação de espaço de educação por excelência, em que patrimônio histórico, experiências museológicas e ações educativas se complementam e se comunicam para celebrar nosso maior patrimônio imaterial, o nosso idioma”, diz Lucia Basto, gerente geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, entidade parceira na reconstrução do museu.
Ao longo do primeiro semestre de 2020 serão realizadas atividades culturais com o objetivo de manter o museu em comunicação com o público antes de sua reabertura. Entre as ações está o Programa Educativo Escola, Museu e Território, que envolve escolas e instituições culturais da região.