A mostra é realizada pelo Arquivo Público do Estado do Ceará (Apec) e conta com informes sobre atos políticos de movimentos sociais, organizações de mulheres e entidades estudantis que lutaram pela anistia
A Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), por meio do Arquivo Público do Estado do Ceará (Apec), inaugura a exposição “44 Anos da Anistia: Mulheres, Estudantes e Movimentos Sociais nas Lutas pela Anistia no Ceará” na sexta-feira (25), às 15h, no auditório do Apec. Já na segunda-feira (28), haverá uma roda de conversa com a professora e ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luíza Fontenele. O encontro será realizado às 15h, também no auditório do Apec.
A exposição traz alguns dos registros das mobilizações sociais feitas, principalmente, por mulheres, pelos movimentos estudantis e pela população da periferia da cidade de Fortaleza. Além disso, a mostra também apresenta registros de documentos relativos às ações do aparato repressor do Estado.
“Uma das funções do Arquivo Público do Estado do Ceará (Apec) é disseminar as informações contidas nos documentos sob a sua guarda. Assim, surge a exposição ‘44 Anos da Anistia: Mulheres, Estudantes e Movimentos Sociais nas Lutas pela Anistia no Ceará’. Ao analisar e pré-selecionar os documentos, notamos como é recorrente a presença das mulheres, dos estudantes e dos movimentos sociais em prol da anistia e de outras pautas. A proposta da exposição e das atividades que a envolvem é disseminar e apresentar alguns documentos referentes à Anistia, que estão sob a custódia do Apec, e dialogar sobre como eles continuam organizados e a favor de pautas que buscam uma sociedade mais justa”, explica Janaína Ilara, orientadora de célula do Arquivo Público do Estado do Ceará.
Para a inauguração da exposição, na sexta-feira (25), serão convidadas Ruth Cavalcante, professora e primeira presa política do Ceará na ditadura brasileira, e Daciane Barreto, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira no Ceará, equipamento gerido pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) que atua com rede de proteção e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência. A conversa terá mediação de Eilane Lourenço, historiadora do Apec.
Já na segunda-feira (28), haverá uma roda de conversa com a professora e ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luíza Fontenele, cujo nome aparece em alguns dos documentos que estão na exposição. O encontro, que será um relato pessoal sobre o processo de anistia e como Fontenele o vivenciou, será realizado às 15h, também no auditório do Apec.
A exposição conta com registros de atos do Movimento Brasileiro pela Anistia (MBA); do Movimento Feminino pela Anistia (MFA); de congressos estudantis do ensino médio e universitário realizados em Fortaleza; do Encontro Universitário da Mulher Cearense; e das atividades do Movimento de Educação de Base (MEB).
Essa documentação é parte do acervo do Projeto Memórias Reveladas: as lutas políticas no Ceará (1964-1985) e do Arquivo Público do Estado do Ceará, com registros da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) e do Serviço Estadual de Informações (SEI) relativos às ações do aparato repressor do Estado no período da ditadura.
“Documentar as lutas pela anistia no Ceará configura um dever de memória, imprescindível para refletir um passado recente e que, nos últimos quatro anos, se mostrou cada vez mais necessário compreender, ‘para que não se esqueça e nunca mais aconteça’”, destaca Márcio Porto, historiador da Secult Ceará.
SERVIÇO
>> Abertura da exposição “44 Anos da Anistia: Mulheres, Estudantes e Movimentos Sociais nas Lutas pela Anistia no Ceará”, com Ruth Cavalcante e Daciane Barreto
Quando: 25 de agosto (sexta-feira)
Horário: 15h
Onde: Auditório do Arquivo Público de Estado do Ceará
>> Roda de conversa com Maria Luiza Fontenele
Quando: 28 de agosto (segunda-feira)
Horário: 15h
Onde: Auditório do Arquivo Público do Estado do Ceará